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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Véspera Natal

Missa do dia 24.12
Homilia
Celebrar o Natal do Senhor é celebrar o encontro entre o Divino e o Humano. É o próprio Deus que toca com seu infinito amor a nossa humanidade, assumindo assim a nossa pequenez para nos fazer seus filhos, irmãos de Jesus Cristo, pertencentes a uma só família!
O que celebramos hoje é um momento que foi muito esperado pela humanidade: que Deus viesse cuidar de nós, que saísse do seu esconderijo, que o mundo fosse salvo e tudo se renovasse. E foi isso o que aconteceu. Pela encarnação do Verbo hoje somos de Deus, somos cuidados por Ele. Somos seus filhos amados!
Olhando para o evangelho desta noite podemos imaginar com quanto cuidado interior, com quanto amor Maria se preparou para aquela hora tão esperada.  O simples relato do evangelista Lucas “ela o enfaixou” deixa-nos intuir algo da santa alegria e do zelo silencioso de tal preparação.  Estavam prontos os panos, para que o Menino pudesse ser bem acolhido. Na hospedaria, porém, não havia lugar. De algum modo a humanidade espera Deus, a sua proximidade. Mas quando chega o momento, não tem lugar para Ele. Está tão ocupada consigo mesma, sente necessidade tão egoísta de todo o espaço e de todo o tempo para as próprias coisas, que não resta nada para o outro: para o próximo, para o pobre, para Deus. E quanto mais ricos se tornam os homens, tanto mais preenchem tudo de si mesmos. Tanto menos pode entrar o outro!
Isso leva-nos a refletir: temos nós tempo para o próximo que necessita da minha palavra, do meu afeto? Para o doente que precisa de ajuda? Temos nós tempo e espaço para Deus? Pode Ele entrar na nossa vida? Encontra um espaço em nós, ou temos todos os espaços do nosso pensamento, da nossa ação, da nossa vida ocupados para nós mesmos?
A nossa sorte, meus irmãos e minhas irmãs, é que Deus não se deixa fechar para o lado de fora. Ele encontra um espaço, entrando nem que seja para o curral.  Existem pessoas que vêem a sua luz e a transmitem. Precisamos como os pastores, escutar a voz de tantos anjos que passam pela nossa vida e nos deixar levar pela luz e pela mensagem que convida-nos para nos pormos a caminho, sairmos da mesquinhez dos nossos desejos e interesses a fim de irmos ao encontro do Senhor e adorá-lo
                O curral de Belém passa a ser o palácio onde se tocam céu e terra. Por isso, de lá emana uma luz para todos os tempos; por isso lá se acende a alegria; por isso lá nasce o canto: “Glória no mais alto dos céus e paz na terra aos homens de boa vontade!”. Lembro aqui Santo Agostinho que ao escrever sobre a oração do Pai Nosso ele se pergunta: o que é o céu? Onde é o céu? Sua resposta é surpreendente. “Que estais nos céus” significa nos santos e nos justos! O céu não pertence à geografia do espaço, mas à geografia do coração! E o coração de Deus, na noite do Natal, inclinou-se até ao curral! A humildade de Deus é o céu. E se fomos ao encontro desta humildade, então tocamos o céu porque nos tornaremos santos e justos. Assim, tocando o céu, a própria terra se torna nova. Com a humildade dos pastores, ponhamo-nos a caminho, nesta Noite Santa, até junto do Menino no curral! Toquemos a humildade de Deus, o coração de Deus! Então a sua alegria tocará a nós e tornará a nossa vida, nosso mundo mais luminoso! 

Pe. Paulo Profilo, SDB

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